segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

As etapas de transição (ou eita lerdeza!)



Meu primeiro contato com o veganismo (militância) se deu a uns 10 anos atrás, ao receber companheiros veganos em casa e fazer perguntas (estúpidas!) ao Idilio antes como "Mas nem queijo? Nem ovo? Nem peixe? Vou cozinhar o que? Mas que extremismo!". Daí a realmente me interessar, querer saber mais, levou muito, mas muito mais tempo.
Uns 2 anos depois, o Idilio resolveu que deixaria de consumir carne animal. Pronto, eu não sabia mais cozinhar. Vai comer o que? Toca pegar livros e livros, caçar receitas. Fiquei super perdida. Fui apresentada a proteína de soja, a carne de glúten. Não me adaptei de cara. A dieta, mal equilibrada, passou a dar problemas de saúde em meu companheiro, que sem grande apoios e com grandes boicotes de todxs ao redor (e me incluo nela!), acabou deixando de lado. Mas a experiência foi válida, ao menos aprendemos a preparar pratos vegetarianos / veganos. E eles passaram a fazer parte da nossa alimentação. Aprendi as diferenças e as razões de cada um. Que desde então, passei a respeitar as opções de cada, sempre me preocupando com xs veganxs nos eventos, uma forma de grande respeito e admiração.
Nessas, engravidamos da Ana, a alergia a proteína do leite que ela tinha, me ensinou a cozinhar com outros tipos de leite. Depois veio o Guilherme, avacalhamos com tudo (sendo que ainda hoje o bezerro se alimenta de 500ml de leite de vaca mais 200ml de iogurte).
Mas também com a gravidez do Guilherme, veio a Rubiane para nos doular, e com ela posteriormente a amizade com a Carol. E com a okupa Timothy Leary, contato maior com o Dedé que desmistificou a história que ser vegano sai caro. E esse estreitamento e paciência destes companheiros, nas conversas, nos posts, foram semeando o desejo em mim de mudanças. Só que pra realmente mudar, ao menos comigo, não funciona num estalo de 5 minutos e faço radicalmente a coisa, fui amadurecendo a ideia, resistindo por conta da dependência, dos prazeres, enfim...
A conversa, de inicialmente, a partir de 2014, de deixarmos de comprar carne para consumo próprio em casa, partiu do Idílio, que a Ana aprovou também. Este é o primeiro desafio. Fácil? Nenhum pouco!!!
A primeira compra de mês deste ano, fiquei totalmente perdida!!! Levei o dobro do tempo dentro do mercado, para planejar o que levar, não ir automaticamente comprando o de costume, como planejar a alimentação diária que era muito baseada na "mistura" que ditava todo o resto.
O planejamento também, não é simplesmente substituir carne animal por PVT e seitan. Não tem sentido nenhum ao menos pra mim. A meta é tentar ao máximo não fazer substituição, é limpar a noção de que nas refeições precisamos da mistura, de que dá pra se alimentar e bem com o restante. Se rolar um hambúrguer de batata, não é pra substituir nada na mesa.



E na hora de preparar as refeições nesta primeira semana, vários travamentos, olhava pra mesa com a sensação de que tá faltando coisa... É a transição...
Por enquanto continuamos com ovos, leite e derivados principalmente por conta do Guilherme (lembrando, nada imposto! Ele não escolheu essa alimentação, foi apresentada a ele, agora não posso obrigá-lo a mudar, tem de vir conscientemente dele o desejo de mudança).
Esta primeira semana, foi bem tranquila para a Ana e para o Idílio que nem perceberam diferença, eu confesso que mais difícil pra mim. Pro Guilherme, nada mudou... rs...

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