terça-feira, 23 de outubro de 2012

Nascimento do Guilherme Akira


- Por conta da diabetes gestacional, meu obstetra não queria correr o risco de estender a gestação além de 39 semanas, então fizemos indução mecânica (descolamento de placenta) no dia 13/07/09. Mas não tive nem sinal de contrações.

- Uma semana depois, na quinta, fui fazer monitorização fetal no Madre Theodora e meu obstetra resolveu fazer uma declaração de interrupção do parto, pois achou que a movimentação do Gui tinha diminuido (na verdade fizemos 2x o exame, mas demoravam tanto que eu comia, Gui mexia muito, mas passava 1h, era eu deitar que ele aquietava). Tive que ouvir do outro plantonista que era uma pena que estivesse em carência para o parto, pq dai ele me internaria a força e me colocaria na ocitocina até eu implorar por uma cesárea e parar de frescura.

- Fui pra Maternidade de Campinas e lá o médico declarou que o NST estava mal laudado, se recusou a tentar indução com ocitocina por conta da cesárea anterior justificando que é procedimento seguido pela Soc. de Ginecologia e Obstetrícia, agendando uma cesárea para a manhã do dia seguinte e me mandou de volta pra casa. Decidi que não voltaria mais lá.

- Na madrugada, às 0:15, a bolsa estourou. Fiquei muito feliz e fiquei aguardando as contrações começarem. Cheguei até a dormir um pouco... como não tive nem sinal de TP, decidimos às 4 da manhã ir pra Maternidade Celso Pierro (SUS).

- Lá me internaram e iniciaram o soro com ocitocina às 8hs da manhã. Antes teve a tricotomia (feita sem nem explicarem nem nada) e quando questionei falaram que era obrigatório (?!?). Não permitiram o acompanhamento da minha querida amiga e doula Rubi, que junto com meu marido ficaram numa luta pra conseguir me acompanhar no pré parto, só faltaram falar com o papa... mas não teve meios...

- Não senti nada até às 13:30 horas... A médica examinou, dilatação de 5 cm. Ficava apenas olhando as outras gestantes gemendo, entrando e saindo da sala de pré parto para ganhar os bebês... fiquei a única grávida na sala, como o movimento estava grande nesse dia, as mães voltavam pra essa sala após o parto.

- Passei a sentir as contrações mesmo, fortes, pelas 14 hs. Pedi para ir ao chuveiro para aliviar um pouco, mas já avisei a enfermeira da vontade de empurrar. Me levaram ao chuveiro, consegui me concentrar no parto mesmo e deixei meu corpo agir... agachei e passei a fazer força. A enfermeira me agarrou, pedi pra me deixarem alí, ela me deitou na maca e chamou médica. Dilatação total. Correram comigo pro centro cirurgico, chamaram meu marido pra assistir o parto (ao menos isso!!!), me anestesiaram (sob meus protestos), episiotomia e todos os outros procedimentos desnecessários foram feitos sem nem explicarem ou falarem... Como estava na Partolândia como fala a Rubi, nem me toquei da colocação do fórceps... só queria saber do meu marido e de deixar meu filho nascer...

- Foi um momento mágico e maravilhoso sentir e Guilherme saindo e ouvir seu primeiro chorinho... tão baixinho... totalmente indescritível a energia e felicidade que senti nesse momento.

- Depois disso, veio a sessão tortura... não sei se a anestesia aplicada ainda não tinha feito efeito, mas senti todas as agulhadas da sutura da episio, os apertões pra acelerar a saída da placenta, retirada do fórceps... nessa hora senti dores, reclamei muito, nem sei quando tiraram o Idilio da sala. Depois me mandaram pra sala de recuperação, onde fiquei até sábado a tarde, por falta de quartos... Também não sei quanto tempo levaram pra me trazer o Gui pra mamar, mas ao menos deixaram-o comigo o tempo todo depois, mesmo em condições precárias dentro do Centro Obstétrico. Só fui para o quarto mesmo no sábado a tardinha, onde pude ver meu marido, que me contou dos casos de gripe H1N1. Ainda tentamos alta assinando termo de responsabilidade, mas queriam manter o Guilherme lá... resolvemos aguardar a alta no domingo, mesmo com medo. Pedi que ninguém viesse ao hospital pelos riscos já que sairia no dia seguinte.

- Minha recuperação física é milhões de vezes melhor, emocionalmente estou mais fortalecida, sinto uma grande paz, mesmo em meio aos problemas todos que passamos... não por conta da via de parto, mas pela luta desde antes do Guilherme ser concebido, do apoio mais do que necessário de meu amado esposo, a ajuda e compreensão de toda a familia, as orientações da Rubi (e a amizade especial que ganhei). Sinto sim que somos vencedores..
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